Hoje levantei e senti um vento gelado vindo do quarto da minha filha, que fica em cima do meu. Subi pra encontrar a janela skylight escancarada pela tempestade da noite anterior. Muitas coisas estavam muito molhadas. Desci, fiz e servi o café da manhã e saí para levar a filha para a escola. Chovia tanto que os vidros do meu carro estavam embaçados. Eu não vi e quase atropelei um ciclista (o que em Brighton é algo como agredir o padre em um vilarejo em Portugal).
Voltei para casa para tentar secar as coisas molhadas, ligar o aquecimento central no máximo e lavar os lençóis – molhados - e roupas, muitas roupas. Para aproveitar o aquecimento central no máximo. A chuva não parou. Mas ao invés de limpar o ar e lavar minha alma me encharcou o humor.
Resolvi várias questões mundanas e fui para o supermercado - por absoluta necessidade. Planejei sentar para tomar um café no Café Costa de dentro do Tesco, ler o jornal e relaxar. Não deu tempo. Tomei o café no carro, enquanto o semáforo estava vermelho. Foram vários. Vermelhos.
Tentei ver o lado bom das coisas. Os lençóis precisavam mesmo ser lavados, a casa está quente, o ciclista ainda está vivo e eu também. O café estava bem bom. Mas não consigo. Não consegui ler meu jornal. Estou exausta. O humor não secou. Tenho certeza que odiaria a Poliana.
08 November 2010
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2 comments:
Ananda: ADORO o teu senso de humor nos momentos mais banais da vida! Depois de um dias desses é difícil manter a calma!
Nunca li Poliana, mas sei que ela sempre esteve lá na prateleira de casa ao meu alcance. Acho que eu também odiaria...
Incrível como ver a vida dos outros nos dá uma sensação totalmente diferente da nossa. Imagino as imagens, ao ler teu post, e me parece uma cena de cinema. Muito divertido!
Um beijão,
Marília
Ananda,
valeu pela tentativa, não é? Você queria mesmo ver o lado melhor, mas as vezes a gente não consegue, porque a vida tem de ter equlibrio, frio e calor, ying e yang. Eu ja tive vontade de bater nessa Poliana.
Beijos
AP
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