26 November 2010
Comprando felicidade
Hoje a culpa-católica-brasileira e a culpa-polticamente-correta-da-esquerda-liberal-do-império-britânico que regem a minha vida não foram páreo para o prazer capitalista de ir às compras. Casacos, gorro com pompom, cachecol, bolsa e utilitários da Habitat para a cozinha me fizeram muito feliz.
15 November 2010
A collaboration between Ananda Ferlauto and Lea Ferlauto Wilson
Alec Soth é americano e veio ao Reino Unido convidado-contratado para fotografar Brighton e então expor sua visão da cidade durante a Brighton Photo Biennial. Como é de praxe quando se chega na ilha da rainha, o oficial de plantão perguntou-lhe o motivo da visita.
Alec explicou que veio como artista convidado da bienal e passaria dias em Brighton produzindo as fotografias encomendadas. O burocrata não entendeu. Por que um americano tinha que vir fazer o trabalho que um inglês poderia realizar? E se ele vinha mesmo com esta missão onde estava o visto de trabalho? Não pode. Se fosse pego fotografando Alec pagaria multa e seria deportado.
Sem ânimo, inspiração ou permissão para fotografar, Alec entregou a câmera à Carmen, sua filha de sete anos. Ontem fui ver a exposição. O resultado estava no Brighton Museum, assinado A collaboration between Alec and Carmen Soth. Já adorava a história e a idéia. Queria adorar o projeto pronto. Adorei.
Três semanas antes eu estava em Nova York, com a Lea, minha filha de sete anos. A única restrição que eu sofri foi a de caminhar pelas ruas do Brooklyn e de Manhattan – a Lea odeia longas caminhadas. Problema diferente, mesma solução: com a tarefa de fotografar o Brooklyn ela sorriu e passou horas nas ruas ensolaradas às vésperas do Halloween.
Alec explicou que veio como artista convidado da bienal e passaria dias em Brighton produzindo as fotografias encomendadas. O burocrata não entendeu. Por que um americano tinha que vir fazer o trabalho que um inglês poderia realizar? E se ele vinha mesmo com esta missão onde estava o visto de trabalho? Não pode. Se fosse pego fotografando Alec pagaria multa e seria deportado.
Sem ânimo, inspiração ou permissão para fotografar, Alec entregou a câmera à Carmen, sua filha de sete anos. Ontem fui ver a exposição. O resultado estava no Brighton Museum, assinado A collaboration between Alec and Carmen Soth. Já adorava a história e a idéia. Queria adorar o projeto pronto. Adorei.
Três semanas antes eu estava em Nova York, com a Lea, minha filha de sete anos. A única restrição que eu sofri foi a de caminhar pelas ruas do Brooklyn e de Manhattan – a Lea odeia longas caminhadas. Problema diferente, mesma solução: com a tarefa de fotografar o Brooklyn ela sorriu e passou horas nas ruas ensolaradas às vésperas do Halloween.
08 November 2010
Nunca li Poliana
Hoje levantei e senti um vento gelado vindo do quarto da minha filha, que fica em cima do meu. Subi pra encontrar a janela skylight escancarada pela tempestade da noite anterior. Muitas coisas estavam muito molhadas. Desci, fiz e servi o café da manhã e saí para levar a filha para a escola. Chovia tanto que os vidros do meu carro estavam embaçados. Eu não vi e quase atropelei um ciclista (o que em Brighton é algo como agredir o padre em um vilarejo em Portugal).
Voltei para casa para tentar secar as coisas molhadas, ligar o aquecimento central no máximo e lavar os lençóis – molhados - e roupas, muitas roupas. Para aproveitar o aquecimento central no máximo. A chuva não parou. Mas ao invés de limpar o ar e lavar minha alma me encharcou o humor.
Resolvi várias questões mundanas e fui para o supermercado - por absoluta necessidade. Planejei sentar para tomar um café no Café Costa de dentro do Tesco, ler o jornal e relaxar. Não deu tempo. Tomei o café no carro, enquanto o semáforo estava vermelho. Foram vários. Vermelhos.
Tentei ver o lado bom das coisas. Os lençóis precisavam mesmo ser lavados, a casa está quente, o ciclista ainda está vivo e eu também. O café estava bem bom. Mas não consigo. Não consegui ler meu jornal. Estou exausta. O humor não secou. Tenho certeza que odiaria a Poliana.
Voltei para casa para tentar secar as coisas molhadas, ligar o aquecimento central no máximo e lavar os lençóis – molhados - e roupas, muitas roupas. Para aproveitar o aquecimento central no máximo. A chuva não parou. Mas ao invés de limpar o ar e lavar minha alma me encharcou o humor.
Resolvi várias questões mundanas e fui para o supermercado - por absoluta necessidade. Planejei sentar para tomar um café no Café Costa de dentro do Tesco, ler o jornal e relaxar. Não deu tempo. Tomei o café no carro, enquanto o semáforo estava vermelho. Foram vários. Vermelhos.
Tentei ver o lado bom das coisas. Os lençóis precisavam mesmo ser lavados, a casa está quente, o ciclista ainda está vivo e eu também. O café estava bem bom. Mas não consigo. Não consegui ler meu jornal. Estou exausta. O humor não secou. Tenho certeza que odiaria a Poliana.
01 November 2010
Festa pagã
31 de outubro. Halloween. Dia das bruxas, dos zumbis, gatos pretos e cor de rosa, demônios, vampiros e palhaços assustadores. Dia de bater nas portas de desconhecidos e trocar sorrisos e doces. Dia do meu aniversário de casamento. A rebelde que vive dentro de mim adora!
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