28 October 2009
21 October 2009
Lá e Aqui
Do alto da minha arrogância juvenil(!), mais aqui do que lá, não consigo não dizer: o Lula tem muito crédito. Aqui - de onde acompanho previsões econômicas, análises sociais, G8, G20 e agora a campanha vitoriosa para o Rio 2016 - ele manda muito bem.
Sim, política no Brasil é um assunto dolorido. Corrupção ainda corrompe o dia-a-dia, desnutrição e falta de educação ainda resultam em desespero e violência. Mas o Brasil levou as Olimpíadas por um boa razão. Alguém lá em cima gosta da gente. Não, não o ser-supremo e brasileiro. Os (até agora) todo-poderosos governos europeus e estadunidense (palavrinha horrorosa). Eles querem ser nossos amigos. Tem boas razões (sempre) econômicas pra isso.
No dia-a-dia brasileiro as mudanças são poucas e insignificantes? Mas existem, ouço da boca (virtual) de vários brasileiros e leio nos jornais ingleses. E insignificantes pra quem? Para os quem tem um pouco mais de comida na mesa, trabalho, um eletrodoméstico novo? Não. Pra quem esperava mais e mais rápido do governo do PT imagino que sim. Mas quem olha de longe vê progresso. Aquele da bandeira.
A classe média, tão desiludida em toda parte, é a principal agente de mudança que nós conhecemos. A classe média brasileira está acostumada a reclamar. E tem do que reclamar. Mas agora é hora de reconhecer que chegou a hora de também agir. E o primeiro passo é admitir que a carroça está andando.
No hemisfério-norte-rico é hora de rever desejos consumistas – para produzir menos lixo e desinflacionar o custo dos alimentos no mundo - além de reconhecer a extensão da própria alienação social. No hemisfério-sul-classe-média é hora de aprender a respeitar filas, cumprir regras - mesmo as da burocracia, não beber quando vai dirigir, não dirigir no acostamento, não pedir para a empregada fazer mais do que foi combinado no primeiro dia, não agir como se falar português bem ou ter pele quase branca desse crédito para sequer pensamentos de superioridade. E ensinar isso aos filhos. Com gestos. E boa sorte. Pra nós todos.
Sim, política no Brasil é um assunto dolorido. Corrupção ainda corrompe o dia-a-dia, desnutrição e falta de educação ainda resultam em desespero e violência. Mas o Brasil levou as Olimpíadas por um boa razão. Alguém lá em cima gosta da gente. Não, não o ser-supremo e brasileiro. Os (até agora) todo-poderosos governos europeus e estadunidense (palavrinha horrorosa). Eles querem ser nossos amigos. Tem boas razões (sempre) econômicas pra isso.
No dia-a-dia brasileiro as mudanças são poucas e insignificantes? Mas existem, ouço da boca (virtual) de vários brasileiros e leio nos jornais ingleses. E insignificantes pra quem? Para os quem tem um pouco mais de comida na mesa, trabalho, um eletrodoméstico novo? Não. Pra quem esperava mais e mais rápido do governo do PT imagino que sim. Mas quem olha de longe vê progresso. Aquele da bandeira.
A classe média, tão desiludida em toda parte, é a principal agente de mudança que nós conhecemos. A classe média brasileira está acostumada a reclamar. E tem do que reclamar. Mas agora é hora de reconhecer que chegou a hora de também agir. E o primeiro passo é admitir que a carroça está andando.
No hemisfério-norte-rico é hora de rever desejos consumistas – para produzir menos lixo e desinflacionar o custo dos alimentos no mundo - além de reconhecer a extensão da própria alienação social. No hemisfério-sul-classe-média é hora de aprender a respeitar filas, cumprir regras - mesmo as da burocracia, não beber quando vai dirigir, não dirigir no acostamento, não pedir para a empregada fazer mais do que foi combinado no primeiro dia, não agir como se falar português bem ou ter pele quase branca desse crédito para sequer pensamentos de superioridade. E ensinar isso aos filhos. Com gestos. E boa sorte. Pra nós todos.
18 October 2009
Domingo
Poema que aconteceu
Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.
A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.
Carlos Drummond de Andrade
31/10/1902 - 17/08/1987
Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.
A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.
Carlos Drummond de Andrade
31/10/1902 - 17/08/1987
11 October 2009
07 October 2009
DIY
Do It Yourself. Faço. Mal. Isso aqui é a capital mundial do DIY. Vai além do preço da mão de obra. É parte da cultura.
Pintar o exterior da minha casa é um trabalho especializado o suficiente para eu poder contratar alguém pra fazer. Mas as letras não chegaram a tempo para que as meninas as colocassem na porta. Lá fui eu, de martelo e estopa em punho.
Pintar o exterior da minha casa é um trabalho especializado o suficiente para eu poder contratar alguém pra fazer. Mas as letras não chegaram a tempo para que as meninas as colocassem na porta. Lá fui eu, de martelo e estopa em punho.
Mesmo que eu estivesse disposta a pagar um ser humano pra fazê-lo, não existe chamar alguém pra fazer o que você pode fazer por conta própria. Em três minutos.
O O ficou muito perto do olho mágico e o N um pouquinho torto. Suficiente pra não ficar perfeito. Like everything I do it myself.
03 October 2009
Chronos
Aos seis anos aprendi a ler e escrever; aos onze perdi meu padrasto; aos doze a Magdalena; aos quatorze descobri os homens; aos quinze a maconha; aos dezesseis trabalho; aos dezoito a fotografia; aos vinte e um conheci o amor eterno; aos vinte e dois o hedonismo; aos vinte e três o mundo; aos vinte e sete tive meu coração partido; aos trinta conheci a maternidade e com ela a culpa máxima; e então o amor no mundo real; aos trinta e três descobri a sociologia; aos trinta e quatro perdi meu pai; aos trinta e cinco descobri o vinho tinto; aos (quase) trinta e sete aprendi a me sentir confortável dentro da minha própria pele.
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