02 September 2011

Mais aqui do que lá

Mais fotógrafa que dona-de-casa. Mãe de mais uma menina. Cidadã européia e brasileira, cheia de estranhamentos aqui e estranhezas lá. Sempre assombrada pela sensação de não pertencer a lugar nenhum. Mas ficando por aqui. Por enquanto.

30 May 2011

Perfeição

Se existisse eu seria dona-de-casa.

10 May 2011

Faxina no primeiro mundo...

... é feita – comumente - pelos donos da casa, e quando é o caso, ajudados pelos hóspedes. Na Noruega sou hóspede. Desta feita junto com mais treze pessoas. Oito adultos. No final da curta temporada todos os adultos se jogaram na tarefa de limpar a cabana. Homens no aspirador e lixo e bagagens, mulheres nos quartos e cozinha e banheiros.

Com toda minha vontade de voltar para o Brasil, não consigo deixar de pensar: ai de mim no dia em que tiver que assistir alguma amiga casada arrumando a casa da praia, enquanto o marido toma uma cerveja gelada - antes de pegar a estrada! Ou seria ai de quem fizer isso na minha frente?

30 April 2011

Clementine, Mandarin, Tangerine, Satsuma

Bergamota, Mexerica, Tangerina, Laranja cravo. Esses dias comprei essa fruta de muitos nomes com os cabinhos! Um luxo! Vieram em uma caixinha e paguei um bom preço. No rótulo estava especificado: Clementines with stalk and leaves. Já tomates com cabinhos, salmão, pêras e tulipas são comuns e baratos... até hoje me divirto observando essas pequenas diferenças...

P.S.: minha filha me informa que não se pode mais chamá-las Mandarins. Coisas do mundo politicamente correto em que vivemos... outra história.

30 March 2011

Escola nova, tradições mantidas.

Nas escolas inglesas os professores são chamados pelo sobrenome precedido por Mr, Mrs, Miss ou Ms (Senhor, Senhora, Senhorita ou ‘nem Senhora nem Senhorita, não é da sua conta, mas continuo sendo digna de respeito’ – tradução minha, livre). Eu uso Ms, claro. Mas essa é outra história.

Voltando as escolas e suas tradições, todas as escolas – que eu conheço – tem hierarquia rígida. E tem também festas para arrecadação de fundos. Nessas festas se vendem bolos que os pais fazem para o dia, brinquedos doados, rifas para cestas de guloseimas e vinhos e assim vamos...

No meio de tudo isso, também se pode decorar biscoitos, fazer tatuagens de mentira, pintar o rosto... mas um dos stands que mais dá dinheiro é o Sponge the teacher! Que consiste em nada menos que jogar uma esponja molhada na cara do professor que se presta a isso – devo dizer, até agora só vi Misters.

Não me acostumo com a contradição desta tradição, mas rio junto... e tiro fotos – o que é, possivelmente, a parte menos popular entre os Mr. Teachers...

09 March 2011

How does it feel?

Na noite de 27 de fevereiro, domingo, meu telefone começou a tocar e eram ‘as mães’ da escola da Lea perguntando: você já recebeu a carta?

A escola fechou. Faliu. Depois de uma semana de half-term (uma semana de férias a cada seis semanas!), no domingo a noite nos avisaram – através de cartas entregues de casa em casa – que a escola não existe mais. Quem quisesse ir até lá no dia seguinte de manhã, buscar o que aos seus filhos pertence, podia.

Então na segunda-feira de manhã lá estávamos nós. Foi só quando eu entrei e vi a escola (que é/era minúscula) meio bagunçada, meio vazia; pais e professores pelos cantos, meio reclamando, meio chorando, que eu entendi.

Nunca mais eu vou entrar naquela escola. Nunca mais minha filha vai entrar naquela escola. Aquele lugar, que fazia parte do nosso dia-a-dia, não vai mais existir do jeito que a gente conhecia.

How does it feel? It feels pretty shit (and please excuse my French).

21 February 2011

A Europa segundo o Zeca Saraiva.

(Copiei, com a devida autorização, um e-mail que ele mandou para a minha mãe depois de passar por essas bandas. A foto é minha.)

Oi Paz, como anda a vida ai em Brighton? Minha passada por Londres foi relâmpago, seis noites, quatro museus e três noitadas em pubs; tentei um contato com a Ananda, mas ela não retornou, talvez não tenha chegado.

Achei os ingleses das ruas muito neuróticos, apressados, duros e sem afeto, mas sempre educados. Já nos pubs, sob a égide de Diunisius, são simpáticos e até comunicativos, até... mas, como povo, fico com os alemães, os holandeses e os húngaros; além dos irlandeses e espanhóis, é claro.

Nem todo o latino é simpático, os italianos são elegantes e irônicos; posso dizer que a marca registrada da Itália é a ironia. Imagina que em um restaurante o dono quis me testar, perguntando em que cálice ele deveria me servir a água; ele só não sabia que estava falando com o filho de Dona Alcina e irmão de Silvia Maria; eu senti a maldade e disse: no meu país nós sempre servimos a água no copo maior, aqui na Itália é diferente? Ele sorriu e me serviu a água, no copo maior, naturalmente. Assim são os italianos, sutilmente irônicos.

No entanto, ninguém é mais elegante do que eles; a Claudinha e eu ficamos tomando umas cervejas, abaixo de zero grau, num bar na calçada, ao lado da Fontana di Trevi, vendo o povo sair do trabalho, homens e mulheres, um verdadeiro desfile de moda, um show de elegância.

Adoramos Budapeste, preferi à Praga, as pessoas, os bares e a receptividade. Bologna também foi uma suspresa; Roma estava bombando, com belos dias frios, mas de céu azul e gente a dar com pau; mas a noite a cidade dorme ou nós não descobrimos onde ela baila.

Madrid é a cidade mas movida a la noche; não faltam bares abertos às cinco da manhã para se tomar uma saideira; estávamos no centro histórico, onde a cidade só pára quando o sol aparece. Claro que nos deitávamos no máximo a uma, porque quem faz dia, não consegue fazer a noite.

Quanto a sexo, drogas ou rock and roll, nada aconteceu, turista não tem tempo pra essas coisas, pra isso é preciso parar e nós estavamos sempre correndo. Mas se a viagem foi corrida, com muitos aeroportos, hotéis, não tivemos nenhum contratempo, além do tempo é claro.

Quero voltar na primavera... Ah! A grande novidade é que em julho será inaugurado um vôo direto Porto Alegre-Lisboa; já pensou? O Leonel, que nos encontrou em Madrid, disse que Lisboa está o máximo. Ele ficou dez dias lá. De fato, pra sentir uma cidade a gente tem que ficar, no mínimo, dez dias.

Ah, mesmo caminhando todos os dias, eu engordei seis quilos; embutidos no leste europeu e bacon em Londres, além daquelas cervejas maravilhosas... mas, já voltei pra academia e pros almoços no Equilibrium; ainda não suspendi de vez o álcool, porque eu não aprendi a fazer vida social nâo etílica; aos poucos o rigor pró-saúde vai se reinstalando, aos poucos... obsessivo ma non tropo.

Saudades, beijos pra todos e diz pra Ananda que em breve eu volto a Londres, que é uma cidade como Paris, pra se ficar um mês, no mínimo.

Hasta luego!

Abrazos
, Zeca

14 February 2011

Ambições

Quando eu tinha cinco anos eu sonhava em levar o sanduíche da merenda embrulhado em papel alumínio. Eu achava que ele já vinha daquele jeito, todo enrugado (meus sanduíches vinham embrulhados em guardanapos de pano).

Aos oito anos eu queria ser aeromoça. Na adolescência queria sair de casa. Durante os meus vinte anos eu queria fotografar, trabalhar muito e ganhar muito dinheiro – mas a verdade é que já tinha percebido que o que eu queria fazer em fotografia não combinava com orçamentos grandiosos.

Aos vinte e nove engravidei e minha principal ambição era ter um bebê saudável e inteligente. Aos trinta e oito sei que conquistei muitas coisas. Papel alumínio, minha própria casa, trabalho em fotografia sem orçamentos grandiosos, uma filha saudável e mais inteligente que eu.

Minhas ambições hoje são muito maiores: quero ter satisfação no que faço; quero mais vitamina D no corpo; mais tranquilidade; ficar casada com mesmo homem até que a morte nos separe. Que a minha filha possa crescer e fazer parte de um mundo (que vai estar lotado de qualquer jeito) com gente mais consciente de si e dos outros – e quero tudo isso vivendo em centros urbanos. Além de umas outras coisas que o dinheiro compra.

07 February 2011

Sobre o limbo

Brasileiros na Inglaterra são turistas, imigrantes econômicos ou sociais*. Há muito pertenço ao último grupo. Com orgulho típico de brasileira classe média. Na minha cabeça média minha vida no Brasil era muito mais confortável do que aqui.

Mas quando o assunto é economia, divisão de classes, violência e conforto material a idéia de que o Brasil está bombando e a Inglaterra afundando ainda está mais no Guardian e na The Economist do que no dia-a-dia.

Com a perspectiva de voltar me vi obrigada a me imaginar de volta em São Paulo. Todos os dias dormindo, acordando, trabalhando, comprando... e no Brasil há-se de comprar tudo – escola, médico, segurança...

Ontem, entre as prateleiras do Tesco - onde escolho o que quero sem olhar o preço - fiquei pensando na minha vida em Brighton. Na cidade pequena, na beira do mar, ao lado de Londres. Adoro minha casinha vitoriana, meu carrinho coreano, minha vida confortável de classe média inglesa. Mas isso foi ontem. Em outros dias odeio o frio, a falta de sol, a solidão da minha casa e da minha vida de estrangeira.

A sensação de não estar nem lá nem aqui saiu disso e continua nisso. E hoje minha tranquilidade-e-conforto-materiais pesam nas minhas decisões tanto quanto os outros fatores da interminável lista que me puxa de volta à Terra Brasilis. O limbo é essa necessidade amedrontada de deixar pra trás o que eu conheço e me atirar em um mundo novo, que deveria ser home, mas não é mais.

*essa classificação é geral e simplificada, para determinar o contexto sem comprometer a cadência do texto. A sociológa dentro de mim e a antropóloga Ana Paula Figueiredo não permitiriam esse desleixo na exatidão da informação.

19 January 2011

11 January 2011

Ano novo, vida semi-nova

De volta ao Reino Unido. De volta a casa. Ao trabalho da casa. A verdade é que minha alma de brasileira classe média não consegue conviver com uma casa menos que impecável – ou quase.

Por anos eu tentei me convencer de que o problema estava em mim. Que eu deveria aprender a conviver com bagunça e gastar meu tempo e energia em tarefas menos repetitivas que as domésticas. E eu tentei.

Agora aluguei um estúdio. Bom, uma mesa em um canto em um estúdio. Amanhã levo cadeira, caixas, extensão para o computador, computador. Assim, se eu deixar a casa - como está nas fotos - de manhã, quando voltar no final da tarde ela vai estar assim. E se eu não deixá-la assim – o que é bem provável, a bagunça só vai me incomodar umas três horas por dia. Tem que funcionar.

21 December 2010

A otimista que vive dentro de mim...

... trouxe isso para ler nas férias de duas semanas.

20 December 2010

O anjo branco

Gatwick Airport. Ontem. Era impossível não pensar no Anjo Exterminador de Buñuel (onde os convidados de um jantar da aristocracia espanhola se transformam quando não conseguem passar pela porta da sala, que está aberta, por vários dias). As latas de lixo estavam abarrotadas, as prateleiras dos cafés vazias e a sujeira tomava conta do aeroporto.

Passageiros em potencial se amontoavam entre malas, iPhones, computadores e lixo. As telas que fornecem informação sobre horários de embarque mostravam números de vôos que deveriam ter partido trinta e seis horas antes.

Sabidamente, a Inglaterra não está preparada para a neve. O inverno mal começou e já nevou duas vezes. Duas vezes o país parou. Pior. Na segunda vez - ontem - quase parou. Se tivesse parado completamente todas aquelas pessoas estariam em casa. Embaixo do edredom. Na frente da televisão. Comendo o que tivessem na geladeira - por que quando o país pára mesmo, a comida não chega no supermercado mais próximo. E Deus salve a Rainha. E seus súditos.

15 December 2010

Por onde eu começo...?

Sinto que preciso me explicar.

Não recebi nenhuma oferta decente pela casa. Não, ela não estava como nas fotos. Meu marido tem trabalho marcado até abril – o que nunca aconteceu antes, nesta época do ano – e assim fomos ficando.

Os planos mudaram. Ficaremos aqui mais doze meses. Talvez dezoito. A primeira reação foi de alívio. Mais uma vez a vida decidiu por mim. Mais uma vez não preciso tomar responsabilidade pelo futuro. Pelo menos por mais doze meses.

A vida ficou mais fácil e mais agradável por que eu ia embora. Minhas prioridades mudaram – e com elas minha atitude. De repente meu trabalho era mais importante que a casa limpa e arrumada – pelo menos mais seguido que antes.

A idéia agora é manter a atitude, ter mais satisfação profissional e mais vida social. O preço é uma casa menos arrumada e as vezes menos limpa. Como quase tudo nesta vida, muito fácil falar.

Hoje mesmo isso me parece uma tortura. A casa uma zona, o frio e a escuridão mal começaram, a atitude e a disciplina tem que ser renovadas a cada doze horas. Por mais doze meses.

Mas se me perguntarem amanhã talvez eu esteja morrendo de amores por Brighton de novo... contente em poder fazer tudo com calma... do website a mudança de casa e continente.

01 December 2010

Winter is here. And so am I.

O inverno está aqui. E eu também. Todos os dias de manhã geada ou neve nos espera do lado de fora. A qualquer hora - e em qualquer esquina – se consome cappuccinos e hot chocolates. A toda hora se comenta a temperatura – que não fica longe do zero em nenhuma parte do dia. É uma boa desculpa para conversar com (semi)estranhos.

A vida inglesa nesta época do ano é tranquila e agradável. É fácil entender os contos de fadas clássicos e Papai Noel - entender as mudanças que as diferentes estações do ano trazem. Talvez esta mudança seja o que me dá mais serenidade; junto com os pequenos prazeres da vida, como cappuccinos e vinhos tintos e queijos e banheiras de água quente.

Então por enquanto estou aqui. Por mais vinte e quatro dias estaremos às vésperas do natal – o que quer dizer que a cidade transpira comércio por todos os poros, mas também tem teatros em alta atividade e rink de patinação no gelo ao ar livre e luzes por toda parte. Aqui estarei durante o inverno europeu. De corpo e boa parte da alma. Ainda com medo de ir e medo de ficar.

*Recomendo a leitura em conjunto com um texto do dia 4 de maio de 2009(!)
http://anandaferlauto.blogspot.com/2009/05/spring-is-here-and-so-am-i.html

26 November 2010

Comprando felicidade

Hoje a culpa-católica-brasileira e a culpa-polticamente-correta-da-esquerda-liberal-do-império-britânico que regem a minha vida não foram páreo para o prazer capitalista de ir às compras. Casacos, gorro com pompom, cachecol, bolsa e utilitários da Habitat para a cozinha me fizeram muito feliz.

15 November 2010

A collaboration between Ananda Ferlauto and Lea Ferlauto Wilson

Alec Soth é americano e veio ao Reino Unido convidado-contratado para fotografar Brighton e então expor sua visão da cidade durante a Brighton Photo Biennial. Como é de praxe quando se chega na ilha da rainha, o oficial de plantão perguntou-lhe o motivo da visita.

Alec explicou que veio como artista convidado da bienal e passaria dias em Brighton produzindo as fotografias encomendadas. O burocrata não entendeu. Por que um americano tinha que vir fazer o trabalho que um inglês poderia realizar? E se ele vinha mesmo com esta missão onde estava o visto de trabalho? Não pode. Se fosse pego fotografando Alec pagaria multa e seria deportado.

Sem ânimo, inspiração ou permissão para fotografar, Alec entregou a câmera à Carmen, sua filha de sete anos. Ontem fui ver a exposição. O resultado estava no Brighton Museum, assinado A collaboration between Alec and Carmen Soth. Já adorava a história e a idéia. Queria adorar o projeto pronto. Adorei.

Três semanas antes eu estava em Nova York, com a Lea, minha filha de sete anos. A única restrição que eu sofri foi a de caminhar pelas ruas do Brooklyn e de Manhattan – a Lea odeia longas caminhadas. Problema diferente, mesma solução: com a tarefa de fotografar o Brooklyn ela sorriu e passou horas nas ruas ensolaradas às vésperas do Halloween.

08 November 2010

Nunca li Poliana

Hoje levantei e senti um vento gelado vindo do quarto da minha filha, que fica em cima do meu. Subi pra encontrar a janela skylight escancarada pela tempestade da noite anterior. Muitas coisas estavam muito molhadas. Desci, fiz e servi o café da manhã e saí para levar a filha para a escola. Chovia tanto que os vidros do meu carro estavam embaçados. Eu não vi e quase atropelei um ciclista (o que em Brighton é algo como agredir o padre em um vilarejo em Portugal).

Voltei para casa para tentar secar as coisas molhadas, ligar o aquecimento central no máximo e lavar os lençóis – molhados - e roupas, muitas roupas. Para aproveitar o aquecimento central no máximo. A chuva não parou. Mas ao invés de limpar o ar e lavar minha alma me encharcou o humor.

Resolvi várias questões mundanas e fui para o supermercado - por absoluta necessidade. Planejei sentar para tomar um café no Café Costa de dentro do Tesco, ler o jornal e relaxar. Não deu tempo. Tomei o café no carro, enquanto o semáforo estava vermelho. Foram vários. Vermelhos.

Tentei ver o lado bom das coisas. Os lençóis precisavam mesmo ser lavados, a casa está quente, o ciclista ainda está vivo e eu também. O café estava bem bom. Mas não consigo. Não consegui ler meu jornal. Estou exausta. O humor não secou. Tenho certeza que odiaria a Poliana.

01 November 2010

Festa pagã

31 de outubro. Halloween. Dia das bruxas, dos zumbis, gatos pretos e cor de rosa, demônios, vampiros e palhaços assustadores. Dia de bater nas portas de desconhecidos e trocar sorrisos e doces. Dia do meu aniversário de casamento. A rebelde que vive dentro de mim adora!

22 October 2010

Toronto

Olhos de turista, fotos de turista.

15 October 2010

Q&A


MY BIGGEST DISAPPOINTMENT?
LEARNING THAT LOVE DOES NOT CONQUER EVERYTHING.


When were you the happiest?
When I was a child.
What is your greatest fear?
That something bad could happen to my daughter.
What is your earliest memory?
I was two years old and was at the park with my dad. I was playing a game of going towards him with my eyes closed. On that day I was taken to A&E to have my forehead stitched.
Which living person do you most admire and why?
Isabell Allende. Because she is talented, has a great sense of humour, is strong and beautiful.
What is the trait you most deplore in yourself?
Prolixity.
What is the trait you most deplore in others?
Not admitting to being wrong.
What was your most embarrassing moment?
Why would I want to talk about it?
What is your most treasured possession?
Old family photos and a recording my step dad made of me telling him a story when I was three years old.
Where would you like to live?
In the present.
What makes you unhappy?
Injustice.
What would your superpower be?
Flying.
What do you most dislike about your appearance?
My eyes. Long story.
What is your favourite book?
Whichever I am reading at the moment I’m asked. So, now it’s The Double, by Dostoevsky
What would be your fancy dress costume of choice?
Something glamorous, to contrast with the everyday me.
What is your guiltiest pleasure?
TV.
What does love feel like?
Ease.
Which words or phrases do you most overuse?
Like...
What is the worst job you’ve done?
Waitressing, serving lovely canapés on beautiful, but incredibly heavy trays. Wearing a tie.
What has been your biggest disappointment?
Learning that love does not conquer everything.
When did you last cry and why?
A few days ago, because I needed it.
How often do you have sex?
Often enough.
What is the closest you’ve come to death?
When I was a baby. For a while doctors didn’t know what I had...
What single thing would improve the quality of your life?
More sunshine.
What keeps you awake at night?
Lists of things to do.
How would you like to be remembered?
As someone who cared.
What is the most important lesson life has thought you?
Every day counts and (almost) everything can wait.
Where would you most like to be now?
On a sunny, sandy, warm beach with my husband, daughter and a good, and thick, book.

(Me auto-entrevistei para o Guardian. Para a revista Weekend, que sai aos sábados)

02 October 2010

Casa à venda

Minha casa está assim... eu estou assim e minha dieta está assim...

16 September 2010

Nem Lá Nem Aqui

Foto (dentro da moldura): Gustavo Papaleo

Os planos não mudaram. Mudo eu, para o Brasil, em janeiro. Acho cada vez mais difícil escrever. Cada vez me sinto com menos direito de reclamar do tempo aqui e declarar que temo a violência de lá.

Aqui ontem o inverno chegou. Não é a temperatura. É o ar. Fresco e cinza. Ainda não me pronunciei em voz alta. Lá, entre meus medos - também silenciosos - está o como eu vou explicar para a filha e o marido tudo o que tem que ser explicado sobre segurança pessoal.

08 September 2010

Nada do que reclamar

Mas eu odeio DIY. Esses dias, prestes a colocar minha casa a venda tenho feito muito DIY. Desde que voltei do Brasil, entre altos e baixos aprecio os pequenos prazeres da cidade pequena e da minha vida de dona de casa criativa. O título é genial, me foi dado por uma colega de mestrado que me disse ter um sonho... ser dona de casa! Criativa.

Quando sento de manhã, leio o jornal e tomo meu - muito inglês - chá com leite penso que é hora de aproveitar o que gosto daqui, me despedir com calma e ver o lado bom das coisas. Quando o sol brilha nesses últimos dias de verão e eu sinto que meu dia foi produtivo e criativo(!) consigo até declarar bom humor.

Mas eu odeio DIY. E me sinto esmagada por tudo o que preciso fazer, decidir, marcar, desmarcar, não esquecer, limpar e cozinhar. A escola da Lea, a mudança de país e continente, a ansiedade, o consulado, o banco, o supermercado, meu trabalho, meu blog, o jardim, a lixa, os pincéis, a tinta, as caixas, a outra tinta.

P.S.: DIY - Do It Yourself - Faça você mesmo.

26 August 2010

O copo

Metade vazio: fui à São Paulo. Minha jornada de volta para casa começou em Guarulhos. Fui para Amsterdã, onde passei pelo controle de passaporte. Depois Londres. Controle de passaporte. De Londres para Copenhague - esta parte foi surpresa. De novo controle de passaporte. De Copenhague para Bergen, na Noruega, onde passei a noite e peguei a Lea. Não sem antes passar pelo controle de passaporte. Dia seguinte de volta para um avião lotado, sempre na classe econômica onde, do alto dos meus um metro e setenta e um centímetros de altura eu mal caibo. E a comida dos vôos mais longos era a pior que já provei em um avião. Já a comida dos vôos dentro da Europa era (um pouco) melhor, mas tinha que ser comprada - com cartão de crédito.
Metade cheio: entre Londres e Copenhague fiz esta foto.

19 August 2010

A feira

Bom dia.
Bom dia.
Quanto é o mamão?
Três por cinco Reais.
Tá bom. Escolhe uns bem madurinhos pra mim?
Esses daqui.
Obrigada.
Posso fazer uma foto sua?
Pode.
(ao fundo gritos de Aí Seu Zé!)

Me senti brasileira, paulistana e feliz.

P.S.: dispenso comentários sobre o cartazinho com o preço na altura dos olhos. Obrigada.

07 August 2010

Procura-se

Bom dia, eu estou telefonando para marcar uma hora para visitar a escola… se possível?
Você já preencheu a fichinha?
Não…

Terceiro ano? Não é esse o número… o número é 30245311.
Obrigada.
Bom dia, eu estou telefonando por que eu vou mudar para São Paulo e gostaria de visitar a escola… eu estou procurando escola para minha filha…
Já preencheu a fichinha?
Não… eu só queria ver a escola.
Ah…! Não… você tem que primeiro preencher a fichinha. Trazer junto com uma foto três por quarto e uma cópia do último boletim - e então marcar uma hora com a coordenadora. A escola tem muita procura, então primeiro você tem que se inscrever, passar pela triagem e a seleção final é feita em outubro.

Eu só queria ver a escola. E minha filha não tem boletim.
Não tem boletim?
Não.
Mas tem que trazer o boletim.
Eles não usam boletim. Não existe. E aqui são férias de verão. A escola está fechada.
Tem um relatório?
Sim, tem relatório, mas a escola está fechada. A diretora, que é a dona da escola, está de férias, fora da cidade, eu não vou conseguir uma cópia antes de setembro.
Ah… então traz a fichinha e a foto.
E com a ficha e a foto eu consigo marcar uma hora para ver a escola?
Sim, mas nós temos muita procura.
Eu entendi. Obrigada.

20 July 2010

Cornualha, alto verão.

Ser esnobe é... se chove não quero sair para caminhar, se venta e faz frio visto um casaco e me encolho, se a água é gelada não tomo banho e se o sol sai ao meio-dia me recuso a deitar embaixo dele...

07 July 2010

Hove, actually.

Antes de mudar pra Brighton usei a expressão sem nem saber que era famosa. Acontece que todo mundo sabe onde fica Brighton, mas eu moro em Hove. É um clássico: where do you live? In Brighton, well, in Hove actually. (Uma rua e uma estátua marcam a divisa.)

29 June 2010

Auto-flagelo

11 June 2010

Aqui e Lá

Pedalava eu a caminho do trabalho ontem, em um dia de temperatura amena e sol quase brilhando entre as nuvens. E pensava... daqui a pouco vai ser o trânsito de São Paulo e o sol a pino. E eu também vou gostar...

02 June 2010

Metáfora IV

Não o frio, mas o silêncio.

24 May 2010

gET OuT And Go AWAY

Only come in if you are Ben. P or(S) Ben. C and Lucy!!!

12 May 2010

Metáfora III

Hiato.